terça-feira, novembro 22, 2005

Para carregar de mimos (parte 3)

in http://bloquito.blogs.sapo.pt


Surpresas!
Passeio casual pela cidade de Aveiro. Mente desligada, não espectante. Eis, senão quando, um qualquer instinto antigo, me atraiu para O Navio de Espelhos, uma livraria ao lado do Teatro Aveirense.
Boa surpresa! Um espaço limpo, novo, com livros a pedir para serem explorados. uma exposição de fotografia de Duarte Belo, cartazes anunciando um Workshop de BD ao qual cheguei tarde demais, ministrado por Marcos Farrajota. Sofás onde qualquer um se poderá sentar a ler algo ou apenas a recuperar o fôlego. Gente nova atrás do balcão que não tinham aquela expressão de "sim, estou por aqui, mas pede-me pouco. Isto não é meu, não me interessa". Ao invés, perante uma pergunta, convidavam a entrar na tribo, a tomar um café, a voltar amanhã.
No balcão, um panfleto de distribuição que trouxe para casa, onde se lê o seguinte e que sumariza bem aquilo que senti quando lá entrei:
"Qualquer pretexto servirá.
Pode aparecer por cá para beber um chá. Pode lançar-se como um vento sobre a terra ou encostar-se ao balcão para segredar poemas. Pode tentar a sorte na aventura da caneta em riste sobre a folha branca. Ou simplesmente atravessar as portas e deixar-se estar, a respirar o cheiro a livros e a ouvir segredos de estante..."
Hoje volto lá. É daqueles sítios que não dá vontade de contar a nnguém que existe. Transformá-lo num segredo. Vai haver uma leitura de poemas de Al Berto. Conheço só um bocadinho, amanhã talvez conheça mais.
.....LC

Para carregar de mimos (parte 2)

in http://industrias-culturais.blogspot.com

Observação: o livro foi comprado na livraria O navio de espelhos, quase atrás do teatro da cidade, projecto de dois anos e que faz lembrar a Ler Devagar, aqui em Lisboa, com a qual existe uma relação de propriedade. Trata-se de um espaço agradável (e que substitui a livraria Notícias, no Fórum Aveiro, onde agora funciona uma vulgar loja de serviços FNAC; há cinco anos, quando trabalhei em Aveiro, durante meio ano, ia frequentemente a essa livraria, onde encontrei edições recentes que não se vêem nas livrarias de Lisboa). Desejo muita sorte aos proprietários da livraria, assim como à jovem simpática e bonita empregada, estudante universitária em design, que me contou algumas coisas daquele espaço e dos fluxos de cultura da cidade.

Para carregar de mimos

in http://anaturezadomal.blogspot.com

[um mimo encontrado muito fora de tempo]

1. Livraria, diz: O Navio de Espelhos
recebi o convite para subir a bordo embrulhado em mil folhas. encontrei o navio uns dias depois atracado ao lado do teatro aveirense. para subir a amurada, como nova, e saída poucos meses antes do estaleiro, não foram necessárias as escadas de corda na calçada. entrei içado por uma tripulação que gosta de livros. nas mesas do convés a poesia e outras grandes escolhas. nas estantes há teatro e a luz de outros faróis. a animação a bordo é grande. apetecem as viagens neste navio.

segunda-feira, novembro 21, 2005














A história

Aqui nasce um mundo a cada Hora do Conto.
A Lili, a vaca que nos visitou este Domingo queria viajar, tinha vontade de partir, não se adequava ao Prado Verde.

A narradora

A Marta, faz-nos sonhar a cada história.
Inventou-nos uma Lili que cantava como a Edith Piaf: "Oh, Nadinha, Nadinha..." e deixou-nos a livraria a cheirar a peixe de Lutécia.
Para rir e chorar por mais.
Se não veio não sabe o que perdeu.
Muito melhor do que ficar a criar raízes no sofá.
Para miúdos e afinal para todos, é ver a cara dos pais a escutar a história.

Todos os Domingos, às 18h00



Encontraram-se aqui. Procuravam um escritor famoso. Nós abrimos as portas e deixámos que da Livraria se fizesse casa. O escritor? Não apareceu, que se desse nota. As Palavras sim, ficaram aqui.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Serão de São Martinho
Contos, castanhas, poesias e mais magias, com o narrador Carles Domingo e o mágico Phil Mount.

Esta quer ser uma festa de aldeia,de amigos, de castanhas, de vinho, boa conversa. Todos podemos ser desta festa. Traga um miminho e apareça para disfrutar. Os amigos Carles García Domingo (narrador) e Phil Mount (mágico) vão trazer-nos o inacreditável: histórias tão verdadeiras que podem parecer impossíveis e truques de magia que nos vão fazer ficar de boca aberta (à espera de uma castanha).
Apareça.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Poema em forma de pessoa





































[Maurício Leite especializou-se em levar malas de livros às crianças do Brasil e dos Palop. Trabalha há 25 anos no Mato Grosso com a população indígena da ilha do Bananal.]

Reportagem de 4 páginas do Semanário Expresso de dia 5 de Novembro de 2005, com texto de Luciana Leiderfarb e fotografia de Nuno Botelho:

Onde o mundo parou, onde há escolas que se erguem sobre qautro varas de madeira e só a palha protege as cabeças dos caprichos do tempo, onde se chega de canoa, atravessando quilómetros de pântano, onde os conflitos da terra ainda se resolvem com tiros à queima-roupa, ou cidades de barracas se edificam em cima do lixo, é ali que ele trabalha. É para essas latitudes que viaja, há mais de 25 anos, desde que se formou arte-educador no Rio de Janeiro e designou para si mesmo a resolução desta difícil equação: como fazer com que uma quantidade reduzida de livros atinja a maior quantidade de pessoas no menor espaço de tempo e por um custo mais baixo. Maurício Leite fez do incentivo à leitura o seu modo de vida e, hoje, divide-se em acções nos países africanos de língua oficial portuguesa e no Mato Grosso(Brasil), região que conhece como a palma da sua mão e que o conhece a ele com igual intimidade, não fosse Maurício um filho da terra. A ideia de levar uma mala de madeira - à semelhança das malas dos actores - carregada com livros pelo mundo fora surgiu da necessidade, da falta de meios e de material, como ele mais tarde contará, mas não tardou a converter-se no seu principal projecto, o Projecto Malas de Leitura e Oficinas de Brinquedos. Há um ano, no meio dos seus trajectos, encontrou Portugal, para onde veio a convite da Biblioteca de Beja. Partiu deixando a promessa de regressar e ficar por um período mais longo e, agora, que tem pela frente uns meses mais desafogados, está a pagar a promessa com a realização palestras para professores e pais em Vila Nova de Paiva, Santa Maria da Feira, Cascais, Beja, Aveiro, Pombal e Mértola, terminando em Los Silos (Canárias), antes de partir rumo a Moçambique em Janeiro, financiado por ONG canadiana.
Maurício acabou de chegar de Angola, pelo que o seu sorriso, habitualmente amplo e fácil, ainda se encontra toldado por uma finíssima película de tristeza. Esteve em aldeias do interior, na zona próxima de Benguela, levando malas de leitura, organizando acções de formação para professores locais e «horas do conto» para as crianças.